quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Google e Facebook irão lançar redes sociais corporativas?





O tecnólogo Robert Scoble prevê que o Facebook e o Google irão, ambos, mergulhar no mercado de redes sociais corporativas nos próximos dois anos, já que buscam novos usos para seus softwares sociais. A previsão veio como parte de um painel de discussão sobre consumerização de TI, durante a conferência Enterprise 2.0, em Santa Clara, Califórnia (EUA), evento organizado pela UBM TechWeb. O debate foi comandado por Larry Seltzer, diretor editorial da Byte, que tem consumerização como um dos principais focos. Junto com ele estava Oliver Marks, parceiro fundador do Grupo Sovos.
Scoble disse que vê o potencial do Google+ como rede social corporativa que será usada como meio de comunicação interna em empresas. Seltzer observou que não importa se a empresa oferece ou não uma rede social corporativa, funcionários geralmente acabam utilizando as mídias públicas, como o Facebook, porque pode ser uma ferramenta de comunicação eficiente – com certeza mais eficiente do que as soluções que muitas empresas têm internamente.


Quando ele perguntou se as redes sociais públicas acabariam entrando, ativamente, no mercado corporativo, Scoble respondeu: “Acredito que o Google entrará até o fim de 2012. Eles irão vender o produto no mercado corporativo e competir com Yammer, Socialtext e Socialcast”.
O potencial do Google+ para produzir um produto corporativo que também se conecte ao Google Apps e outros recursos é mais óbvio do que quando se avalia o caso do Facebook. No entanto, Scoble disse que ele vê o Facebook contratando as pessoas certas para permitir que a empresa produza algo voltado ao mercado corporativo, provavelmente, para uso inicial interno.
“Até o final de 2013, veremos o Facebook entrar nesse mundo, quase ao mesmo tempo em que recebam IPO”, previu Scoble. A base de usuário do Facebook está crescendo tanto que ficará difícil para a empresa continuar ganhando dinheiro pelo aumento de audiência, avaliou o especialista. Em vez disso, o Facebook “terá que convencer as pessoas a fazer mais no serviço”, e torná-lo útil para empresas é uma forma de conseguir isso.
A tendência mais abrangente da consumerização, seja em serviços em nuvem ou dispositivos como o iPad, é direcionada por funcionários que perdem a paciência com a velocidade das mudanças no ambiente oficial da TI corporativa, concordaram os participantes. “Uma empresa mediana roda Windows XP e BlackBerry”, pontuou Mark. “Planos feitos há anos e eles não veem bons motivos para mudar.” A mentalidade da TI é “vamos conseguir licença corporativa para XYZ e não vamos pensar nisso pelos próximos 10 anos”, concluiu.
“Eu acho que a TI há de ceder”, comentou Scoble. Usuários finais, incluindo o CEO, irão insistir em trazer ferramentas externas que ajudem na produtividade e irão resistir contra a perda dessas ferramentas ou contra tê-las com controles corporativos. “Seria difícil me convencerem a conectar meu iPad a um sistema que vai acabar com a minha experiência”, comparou. Scoble disse que a empresa em que trabalha, a Rackspace, passou por esse problema quando funcionários começaram a adotar o Yammer rapidamente, “chegando em mil funcionários e dobrando em alguns dias”.
Nesse ponto, formaram um conselho para decidir se o Yammer era a rede social corporativa mais adequada para a empresa e, se sim, como poderiam controlar a implantação. É um bom exemplo de como as startups, reconhecendo a dificuldade de convencer empresas a adotar algo novo, ignoram a área de TI e vão direto ao usuário final.
Na Rackspace, a decisão final foi adotar o Chatter, da Salesforce.com – em si, uma decisão difícil porque a Rackspace e a Salesforce são concorrentes no mercado de computação em nuvem. “Foi complicado”, contou Scoble, especialmente porque os funcionários foram obrigados a mudar. “Eles gostavam de usar o Yammer e, de repente, tiveram de mudar para o Chatter, que é bem parecido, mas diferente.”
Em outras palavras, a Rackspace poderia ter tomado uma decisão corporativa sobre qual nova tecnologia usar – mas não poderia simplesmente ignorar a demanda por algo novo.

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